sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Santo Cansaço!
Dois dias atrás tive o seguinte diálogo com uma colega aqui do trabalho:
- Gostaria de estar numa praia agora. (eu)
- Eu gostaria de estar em uma praia com dinheiro no banco agora. (ela)
Então respondi:
- É, eu queria estar na praia...
Com dinheiro ou não. Eu só queria estar na praia!
Santo Cansaço... nos dá a plena certeza de que estamos vivos!
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Odeio a morte!
Eu odeio a morte. Todo dia ela bate a minha porta e diz: vamos sair?
Nunca aceito. Me deito. Embaixo das cobertas de tanto meeeeedooo!
Certas pessoas gostam de falar sobre ela, como se fossem amigas da morte.
Eu não! Pra ser meu amigo tem de ser bonito que nem eu, e a morte é muito feia.
Putz... o celular vibrando, um minutinho...
- Fala morte! Não quero sair com você! Ja pedi pra ficar longe da minha casa e não se
aproximar da minha família. Falando em família, cadê minha mãe? Pra onde você a levou? E
minha avó? Não, prefiro não vê-los agora. Tchau!
Era ela... credo.
Um dia eu aceito um passeiozinho. Ela leva pra passear até passarinho... mas quero que me leve aonde está minha mãe e minha avó.
Se é que ela sendo assim tão ruim pode entrar no céu!
Eu odeio a morte, e sim, morro de medo dela!
sábado, 11 de setembro de 2010
Estou indo embora. Adeus.
Para onde vou, os dias passam mais devagarinho.
Estou indo embora para uma vida nova. Cansei. Nunca, aqui nesse lugar, me disseram uma palavra de carinho ou de conforto.
Estou indo embora. Para um lugar onde gente não mata gente. Lá não existe melhor ou pior. Lá todo mundo tem alimento.
Vou me embora para não mais vê-la, e deixar um frio adeus.
Quando eu chegar, os santos diram: "Olá Mário. Sente-se e conte seu problema, pegarei um chá. Qual você mais gosta?"
Estou indo embora sem olhar pra trás, seguindo os passos da vontade da juventude! Vou voar.
E quando chegar, não mandarei cartas. Não houve ninguém por aqui que as merecesse.
E quando eu chegar, todo dia será novo. Tudo será novo. E então, lá talvez eu tenha uma nova chance para aprender a sorrir.
Adeus.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Get back...
"Não costumo ter ciúmes, ou dizer palavras insensatas como pedras de xadrez. Filho pobre de alguém rico, e por isso eu te digo: nunca acenda o cigarro ou tome aquele gole que vai mudar o rumo da tua vida. Cheguei lá, não tinha nada, só o abismo de onde eu não quis pular. Você tem medo? Então corre ou enfrenta o homem que todos os dias te dá um tapão e rouba teu pão. Migalhas e migalhas de memória esquecida no caminho... ontem mesmo eu vi o rosto, que bem lá no fundo do poço pedia paz e amor, mas ninguém o ouvia. Mas eu escutei. Ele me chamou, mas eu não quis entender aquele papo furado.
Bom, já depois dos 30, fingia ter vivido tudo, assim como o poeta ("o fingi-dor"), só pra ter o que contar. Mas, no fundo no fundo, sou só uma coisa: sou saudade, daquelas velhas negras de muita idade."
Para Rita F. Lourenço (in memorian)